Ruja o leão — Talita Catanzaro & FHOP (Análise da música)
Quando pensamos na figura de um compositor, provavelmente vem à mente aquela figura artística, um bardo, alguém com violão na mão esperando ser tocado pela inspiração. O compositor é visto como um agente passivo à espera de algo que chegue até ele para ser formulado.
No meio cristão, essa dinâmica frequentemente é descrita como “Deus me deu uma canção”, como se o Espírito soprasse essa inspiração no ouvido de cada um que então traduzisse o sopro numa canção.
Em contraposição a esta imagem, temos aquilo que vários compositores relatam que é uma atitude muito mais ativa em relação à composição, uma verdadeira disciplina de escrita. O compositor deve ativamente se esforçar para compor e, naturalmente, algumas composições sairão mais facilmente que outras.
Creio que o compositor deve mirar mais nessa segunda figura, alguém que está trabalhando continuamente e que, num belo dia, pode receber uma inspiração especial. No caso da música “Ruja o leão”, ela nasce dentro de um contexto ativo, e não apenas de alguém no quarto secreto com um instrumento na mão esperando algo chegar. E esse aspecto ativo traz uma marca bem interessante à música.