Ele vem — Gabriel Guedes (Análise da música)
Há poucas coisas que nós podemos cantar que nos trazem tanto consolo e esperança quanto a promessa da volta de Cristo. Há muito que podemos dizer sobre o quanto Deus nos auxilia na caminhada diária, sobre o consolo e as promessas para esta vida, mas, fatalmente, nenhuma delas está à altura da volta de Cristo. Ela é a resposta final de Deus para todo o pecado e o sofrimento decorrente dele.
Essa música aborda esse tema de maneira clara, sem grande poesia, contornos ou floreios. É uma música de afirmações fortes e claras sobre a nossa esperança maior, que é a vinda de Cristo.
Numa era em que se fala tanto sobre prosperidade e felicidade hoje, as primeiras linhas já são um tapa na cara. Logo na primeira estrofe da música, já ouvimos sobre o quanto esta terra não é o nosso lar. Somos estrangeiros e não devemos nos apegar ao que vemos, hoje. E já na primeira estrofe, estamos anunciando a vinda de Cristo.
Em seguida, já vamos para o refrão que anuncia em alto e bom som que Ele vem! Não importa qual seja a sua posição escatológica, todos nós podemos concordar nisso, sem titubear. E esta vinda trará o fim de toda tristeza e toda dor, e seremos levados até a sala do trono celestial onde uniremos às nossas vozes aos anjos em louvor a Deus.
Porém, o refrão também fala de estarmos prontos para a chegada dele, o que nos leva a pensar sobre a parábola das virgens em Mateus 25.1–13. Não basta saber que Cristo está voltando, temos que nos preparar para este momento. É claro que isso significa viver uma vida de devoção, dando bom testemunho e pregando a Palavra, mas isso também inclui ansiar pela chegada de Cristo. Não basta apenas esperar como um desocupado vendo a hora passar, temos que desejar esta volta e viver ativamente à luz dela.
Na ponte da música, ela irrompe em louvor diretamente a Deus, afirmando que Ele é o Senhor, digno de todo o louvor, e convida todos a fazerem o mesmo.
Ao final, ainda há uma inserção de um trecho de um velho hino da Harpa Cristã, “O Rei está voltando”, que segue na mesma linha de anunciar a vinda do Rei Jesus Cristo. Se você escolher cantar a música na sua igreja, pode ou não incluir esse adendo. Não faz falta suprimir e incluir também é de bom tom. Fica a gosto de cada um.
Creio que, para além da força das afirmações da letra, a música toda (melodia, harmonia, ritmo) contribui para a mensagem. Esse é o tipo de mensagem que temos que cantar como todo o vigor, com toda a força. É uma música que merece ser cantada a plenos pulmões. Ao cantarmos juntos, devemos buscar o equilíbrio entre reverência e expressão, e creio ser de bom tom cantar essa música em alta voz.
Infelizmente, muitos olham para os excessos do meio pentecostal em particular e buscam ser comedidos na sua adoração, como se essa fosse a melhor resposta. Concordo que existe muito emocionalismo e até histeria, mas a resposta não é cantar à meia voz. Ser reverente inclui agir de acordo com o que o contexto e o alvo da nossa devoção merece. E nesse sentido, é bom que enchamos o pulmão para a anunciar a esperança da promessa da vinda de Cristo.
Alguns talvez não se sintam tão à vontade pelo estilo worship dela, com guitarra carregada e batida tribal. Se é isso que lhe incomoda, busque tocá-la de maneira mais adequada ao contexto da sua igreja. Não precisamos imitar a gravação do CD. Aliás, diria até mais: nunca devemos tocar algo só porque “é assim que foi gravado”. Toda música deve ser tocada de maneira a servir ao seu contexto, dentro da realidade da sua igreja.
Essa música é muito boa. Ela exalta a Deus, fala de Cristo e aponta para a sua segunda vinda. Esta é a maior esperança que temos nesta vinda:
Ele virá num piscar de olhar,
E quem estiver pronto com ele irá
Na sua glória com ele morar.
Ele vem!
Não mais tristeza, não mais temor
Junto com os anjos, cantar eu vou
Digno é o cordeiro que se entregou
Ele vem!
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