Devemos cantar as músicas da Bethel Music no culto? 4 perguntas diagnósticas
Na Watermark Community Church em Dallas, onde tenho o privilégio de servir como pastor, há uma placa numa sala dos fundos que criei durante uma série em 2 Pedro:
Aviso Geral do Médico Divino:
Consumir falso ensino complicará sua vida — possivelmente por toda a eternidade. Examine as Escrituras para ver se o que você ouve é verdade.
Essa é a mensagem óbvia: avalie tudo pela Palavra de Deus — tanto o ensino que ouvimos quanto as letras que cantamos no culto congregacional.
Essa prática é especialmente necessária hoje, dado o sucesso das músicas da Bethel Music e as crescentes preocupações com sua teologia, práticas, liderança, ensinamentos e a “escola de ministério sobrenatural”. Considerando que devemos “examinar tudo e reter o que é bom” (1Ts 5.21), vale a pena questionar se igrejas comprometidas com a ortodoxia devem cantar músicas associadas a indivíduos ou organizações com histórico de doutrinas e práticas errôneas.
Isso não é algo novo
Por gerações, cristãos têm cantado hinos cheios de verdade, escritos por autores com crenças questionáveis ou que mais tarde se afastaram da fé. Aqui vão três exemplos:
“Castelo Forte é Nosso Deus”, de Martinho Lutero, que liderou a Reforma Protestante, mas também escreveu obras com ideias profundamente hostis aos judeus.
“Ó Fonte de Toda Bênção”, de Robert Robinson, que mais tarde se afastou da fé — cumprindo, de certa forma, sua própria frase “propenso a desviar-me”.
“Sou Feliz com Jesus”, de Horatio Spafford, escrito após perder suas filhas num naufrágio. Apesar da profundidade da letra, Spafford tinha ensinamentos questionáveis sobre o inferno e o Espírito Santo.
Diante disso, a pergunta é: devemos deixar de usar músicas que expressam verdades bíblicas apenas por causa das falhas de seus autores ou das igrejas a que estão ligados?
Aqui estão quatro perguntas que podem ajudar a avaliar se uma canção, livro ou outro conteúdo deve ser usado na igreja:
1. Você está examinando tudo que consome à luz da Palavra de Deus?
Todo cristão deve ser equipado com a Escritura para discernir se um sermão, canção, livro ou filme está alinhado com a verdade de Deus (1Jo 4.1–3). Esse discernimento deve ser feito em comunhão com outros cristãos maduros (Pv 15.22).
Só porque algo soa certo, não significa que esteja de acordo com a Palavra.
2. A música se sustenta por si só, proclamando a verdade bíblica sem precisar de explicações adicionais?
Cada música no culto deve ser fundamentada na Bíblia e edificar o corpo de Cristo (Ef 4.29). A adoração é uma forma de discipulado. Se a letra comunica ideias antibíblicas, deve ser rejeitada. Os líderes espirituais devem proteger o rebanho contra “lobos vorazes com melodias envolventes” (At 20.28–30).
Na Watermark, examinamos atentamente músicas como “Noite Feliz” e “Ousado Amor”, perguntando: “É biblicamente fiel descrever o amor de Deus como ‘ousado’?” Essa responsabilidade recai sobre os pastores — e a sua vigilância impacta tanto o rebanho quanto seu próprio juízo (Hb 13.17).
3. É possível separar a verdade da música do erro de suas associações?
Falsos mestres podem se esconder sob melodias tocantes (2Co 11.14). Promover canções de ministérios como Bethel — ainda que teologicamente corretas — pode abrir portas para ideias equivocadas.
Um exemplo histórico: Ário (250–336 d.C.), que negava a divindade de Cristo, espalhou sua heresia por meio de canções populares. Melodias podem carregar erros longe.
Poucos irão procurar sermões de Horatio Spafford, mas muitos procurarão a “Escola de Ministério Sobrenatural” da Bethel por causa da música envolvente.
4. Usar a música apoiaria ativamente um ministério com desvios doutrinários?
Usar canções de certos ministérios contribui financeiramente com eles. Mesmo que sua igreja se proteja de influências futuras, ela estará, ainda assim, fortalecendo esses ministérios. É preciso pesar bem o custo-benefício.
Examine Tudo
Nossa equipe avalia o conteúdo e as implicações de cada música — sejam da Bethel, Hillsong, Passion ou artistas locais. Já deixamos de cantar várias canções por não serem teologicamente fiéis. Às vezes, usamos músicas de igrejas com as quais não concordaríamos doutrinariamente, mas que compuseram canções bíblicas.
Não precisamos viver paranoicos — mas devemos ser vigilantes. Que tudo o que colocarmos diante da igreja de Cristo sirva para que ela não seja mais como meninos, levados por ventos de doutrina (Ef 4.14).
Canções envolventes podem causar muitos problemas. Ouça com atenção. Lidere com convicção. Não cante só porque as pessoas gostam — cante porque é verdade, e porque conduz a mais da verdade de Deus.
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