Armadilhas nas músicas de adoração nos dias de hoje
A comercialização da música de adoração. Agradeço a Deus pela proliferação da música de adoração nos últimos 20 anos, também conhecida como o “movimento de adoração moderna”. A Sovereign Grace Ministries, da qual faço parte, desempenhou um pequeno papel nesse desenvolvimento. Pelo lado positivo, vimos uma nova onda de canções na igreja, pessoas de todas as idades cantando com mais paixão, maior conscientização sobre a importância do que cantamos, e mais jovens usando seus dons musicais para servir suas congregações. Pelo lado negativo, a música de adoração se tornou um produto para se promover, as canções são frequentemente escolhidas mais pela identificação com um artista do que por sua teologia, e músicas escritas há mais de cinco anos podem ser vistas como irrelevantes e sem valor.
Influência da cultura de shows de rock na igreja. Conferências Passion e festivais sobre Jesus tiveram efeitos positivos na igreja. Nenhum deles, porém, é o mesmo que a igreja. Os dois primeiros são eventos projetados para atrair uma grande multidão, com a esperança de encorajar as pessoas a viverem de maneira digna do Evangelho. A igreja é uma assembleia contínua de uma comunidade de adoração, sendo edificada no Evangelho, na Palavra de Deus e uns nos outros. A tecnologia desempenha um papel secundário e de serviço. Certa vez, ouvi uma mulher dizer que Bono e U2 a ensinaram mais sobre adoração do que qualquer líder de adoração no Domingo. Isso é alarmante. Nosso objetivo no Domingo de manhã é diferente de qualquer show e muito mais significativo. Buscamos construir uma comunidade de adoração cujas vidas demonstram que são mais impressionadas com a grandeza do Salvador do que com o ambiente e a tecnologia moderna. Isso não significa que não possamos usar guitarras elétricas, baterias, arranjos criativos e iluminação eficazes em no Domingo de manhã. Apenas temos que vê-los como potencialmente úteis, em vez de indiscutivelmente essenciais.
Falta de ensino sobre adoração na igreja. O efeito dos dois primeiros pontos tem sido ampliado porque os pastores nem sempre ensinam a igreja sobre como a música “funciona” na adoração. Muitos pastores e membros da igreja podem assumir que todos entendem o que está acontecendo quando cantamos canções de louvor juntos no Domingo de manhã. As observações de Greg e minha própria experiência mostram que não é o caso. As congregações precisam ser ensinadas que ser emocionalmente movido pela música não é o mesmo que ser moralmente transformado pelo Espírito. Esse mal-entendido pode ocorrer tanto em contextos modernos quanto tradicionais. As igrejas devem ser ensinadas que adoração não é o mesmo que música e vai muito além dela, e que as realizações de Cristo são mais importantes que as nossas quando se trata de adorar a Deus. Elas precisam aprender que é o Evangelho que nos une, não um estilo musical, e que a verdade dura mais do que as melodias.
As igrejas devem ser ensinadas que adoração não é o mesmo que música e vai muito além dela.
Falta de variedade musical na igreja. A glória de Deus é grande demais para ser contida em um único estilo, seja ele pop-rock, folk, clássico, tradicional ou cântico coral. Além disso, a gama de respostas apropriadas à grandeza de Deus não pode ser expressa em um único estilo de música. Precisamos de muitos estilos, muitos gêneros. Precisamos ter o coração de Charles Wesley, que desejava mil línguas para cantar o louvor do nosso grande Redentor. Obviamente, a capacidade de uma igreja de usar diferentes estilos e tipos de música é limitada pelos dons dos músicos na igreja, entre outras coisas. Mas, no mínimo, podemos variar a instrumentação, retirar um violão em um verso e até tentar cantar um verso ou refrão à capela.
Quando se trata de adorar a Deus, nenhum cristão que acredita na Bíblia deve realmente ser “contra a música”. A música é um dom maravilhoso de Deus, permitindo-nos combinar doutrina e devoção enquanto louvamos ao Senhor. Mas, como Greg deixa claro, é possível ser “muito EM FAVOR da música.” E quando isso acontece, a música deixa de ser uma ferramenta e se torna um deus. Minha oração é que mais igrejas ajudem seu povo a usar a música de uma forma que aponte para a beleza incomparável do Salvador, não simplesmente para o acompanhamento emocionante de uma canção.
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Por: Bob Kauflin. Traduzido e publicado com autorização. Traduzido por: Filipe Castelo Branco. Publicado originalmente em 9Marks.